Malposições e malpresentações
Malposições são posições anormais do vértice da cabeça do feto (tendo o occipital como ponto de referência) em relação à pélvis materna. As malprestações são todas as apresentações do feto, excepto o vértice.
PROBLEMA
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O feto está numa posição ou apresentação anormal que pode resultar em trabalho de parto prolongado ou obstruído.
GESTÃO GERAL
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Faça uma avaliação rápida do estado geral da mulher incluindo sinais vitais (pulso, tensão arterial, respiração, temperatura).
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Avalie o estado fetal:
– Ouça o ritmo cardíaco fetal imediatamente após uma contracção:
– Conte a frequência cardíaca fetal durante um minuto inteiro pelo menos uma vez a cada 30 minutos durante a fase activa e a cada 5 minutos durante a segunda fase;
– Se houver anomalias na frequência cardíaca fetal (menos de 100 ou mais de 180 batimentos por minuto), suspeite de sofrimento fetal.
– Se as membranas se romperam, note a cor do líquido amniótico drenante:
– A presença de mecônio espesso indica a necessidade de acompanhamento próximo e possível intervenção para o manejo da angústia fetal;
– A ausência de drenagem de líquido após a ruptura das membranas é uma indicação de volume reduzido de líquido amniótico, que pode estar associado à angústia fetal.
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Prover encorajamento e cuidados de apoio.
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Revisar o progresso do parto usando uma partografia.
Nota: Observe a mulher de perto. As malprestações aumentam o risco de ruptura uterina devido ao potencial de obstrução do trabalho de parto.
DIAGNÓSTICO
DETERMINA A PARTE APRESENTADORA
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A apresentação mais comum é o vértice da cabeça do feto. Se o vértice não for a peça apresentadora, ver Tabela S-12.
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Se o vértice for a peça apresentadora, usar pontos de referência do crânio do feto para determinar a posição da cabeça do feto (Fig S-9).
Figura S-9
Pontos de referência do crânio fetal
DETERMINA A POSIÇÃO DA CABEÇA FETAL
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A cabeça do feto normalmente envolve a pélvis materna em posição transversal occipital, com o occipital fetal transversal na pélvis materna (Fig S-10).
Figura S-10
Posições transversais occipitais
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Com a descida, a cabeça do feto gira de forma a que a occiput fetal seja anterior na pélvis materna (Fig S-11). A falha de uma posição transversal occipital para girar para uma posição anterior occipital deve ser manejada como uma posição posterior occipital.
Figura S-11
Posições anteriores do occiput
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Uma característica adicional de uma apresentação normal é um vértice bem flexionado (Fig. S-12), com o occiput fetal mais baixo na vagina do que o sinciput.
Figura S-12
Vértice bem flexionado
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Se a cabeça do feto estiver bem flexionada com o occipital anterior ou o occipital transversal (em trabalho de parto precoce), proceder com o parto.
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Se a cabeça do feto não estiver ociputada anteriormente, identifique e administre a malposição (Tabela S-11).
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Se a cabeça do feto não for a peça que apresenta ou se a cabeça do feto não estiver bem flexionada, identifique e administre a malpresença (Tabela S-12).
TÁBULO S-11 Diagnóstico de malpresentações
TÁBULO S-12 Diagnóstico de malpresentações
GESTÃO
POSIÇÕES POSTERIORES OCUPADAS
Rotação espontânea para a posição anterior ocorre em 90% dos casos. Trabalho preso pode ocorrer quando a cabeça não gira e/ou não desce. O parto pode ser complicado por lacerações perineais ou pela extensão de uma episiotomia.
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Se houver sinais de obstrução ou a frequência cardíaca do feto for anormal (menos de 100 ou mais de 180 batimentos por minuto) em qualquer fase, parto por cesariana.
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Se as membranas estiverem intactas, romper as membranas com um gancho amniótico ou uma pinça Kocher.
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Se o colo uterino não estiver completamente dilatado e não houver sinais de obstrução, aumentar o trabalho de parto com oxitocina.
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Se o colo do útero estiver completamente dilatado mas não houver descendência na fase expulsiva, avalie para sinais de obstrução (Tabela S-10):
– Se não houver sinais de obstrução, aumente o trabalho de parto com oxitocina.
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Se o colo do útero estiver completamente dilatado e se:
– a cabeça do feto estiver mais de 3/5 palpável acima da sínfise púbica ou a borda óssea principal da cabeça estiver acima da -2 estação, realizar cesariana;
– a cabeça do feto estiver entre 1/5 e 3/5 acima da sínfise púbica ou a borda óssea principal da cabeça estiver entre 0 estação e -2 estação:
– Entrega por extração a vácuo e sinfisiotomia;
– Se o operador não for proficiente na sinfisiotomia, realize a cesariana;
– a cabeça não está mais de 1/5 acima da sínfise púbica ou a borda óssea principal da cabeça do feto está em 0 estação, entrega por extração a vácuo ou fórceps.
APRESENTAÇÃO DA CABEÇA
Na apresentação da sobrancelha, o envolvimento é geralmente impossível e o trabalho de parto preso é comum. A conversão espontânea para apresentação do vértice ou da face raramente pode ocorrer, particularmente quando o feto é pequeno ou quando há morte fetal com maceração. É raro que a conversão espontânea ocorra com um feto vivo de tamanho médio, uma vez que as membranas se tenham rompido.
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Se o feto está vivo, parto por cesárea.
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Se o feto estiver morto e:
– o colo do útero não está completamente dilatado, parto por cesariana;
– o colo do útero está completamente dilatado:
– Entrega por craniotomia;
– Se o operador não é proficiente em craniotomia, entrega por cesarianas.
– Não entregar por extracção a vácuo, fórceps de saída ou sinfisiotomia.
APRESENTAÇÃO DA FACE
O queixo serve como ponto de referência para descrever a posição da cabeça. É necessário distinguir somente as posições mento-anterior nas quais o queixo é anterior em relação à pélvis materna (Fig S-24 A) das posições mento-posterior (Fig S-24 B).
Figura S-24
Apresentação facial
Parto prolongado é comum. A descida e a entrega da cabeça por flexão pode ocorrer na posição queixo-anterior. Na posição mento-posterior, no entanto, a cabeça totalmente estendida é bloqueada pelo sacro. Isto impede a descida e o trabalho de parto é preso.
POSIÇÃO CHIN-ANTERIOR
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Se o colo do útero estiver completamente dilatado:
– Permitir prosseguir com o parto normal;
– Se houver lenta progressão e nenhum sinal de obstrução (Tabela S-10), aumentar o parto com oxitocina;
– Se a descida for insatisfatória, dar à luz com fórceps.
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Se o colo do útero não estiver completamente dilatado e não houver sinais de obstrução, aumentar o trabalho de parto com oxitocina. Rever o progresso como na apresentação do vértice.
POSIÇÃO DO CHIN-POSTERIOR
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Se o colo do útero estiver totalmente dilatado, administrar por cesariana.
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Se o colo do útero não estiver totalmente dilatado, monitorar a descida, rotação e progresso. Se houver sinais de obstrução, administrar por cesariana.
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Se o feto estiver morto:
– Entregar por craniotomia;
– Se o operador não for proficiente em craniotomia, administrar por cesariana.
Não realizar extração a vácuo para apresentação facial.
APRESENTAÇÃO DO CAMPOUNDO
O parto espontâneo só pode ocorrer quando o feto é muito pequeno ou morto e macerado. O parto em prisão ocorre na fase expulsiva.
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Por vezes é possível a substituição do braço prolapsado:
– Ajudar a mulher a assumir a posição do joelho (Fig S-25);
– Empurrar o braço acima da borda pélvica e mantê-lo aí até que uma contracção empurre a cabeça para dentro da pélvis.
– Proceda com o manejo para parto normal.
Figure S-25
Posição do joelho
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Se o procedimento falhar ou se o cordão prolapsar, parto por cesariana.
APRESENTAÇÃO DA CSEQUÊNCIA
O parto prolongado com apresentação da culatra é uma indicação para cesariana urgente. A não progressão do parto deve ser considerada um sinal de possível desproporção (Tabela S-10)
A frequência de apresentação da bexiga é elevada no parto prematuro.
TRABALHO ANTERIOR
O ideal é que cada parto brechoso ocorra em um hospital com capacidade cirúrgica.
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Tente a versão externa se:
– apresentação brechosa está presente na ou após 37 semanas (antes de 37 semanas, é mais provável que uma versão bem sucedida regresse espontaneamente à apresentação brechosa);
– parto vaginal é possível;
– as membranas estão intactas e o líquido amniótico é adequado;
– não há complicações (e.g. restrição do crescimento fetal, sangramento uterino, parto cesáreo prévio, anormalidades fetais, gravidez gêmea, hipertensão, morte fetal).
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Se a versão externa for bem sucedida, proceder com parto normal.
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Se a versão externa falhar, proceder com parto vaginal (ver abaixo) ou cesárea.
ENTREGA VAGINAL DA BREVE
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Um parto vaginal por um profissional de saúde qualificado é seguro e viável sob as seguintes condições:
– completo (Fig. S-20) ou bébé franco (Fig. S-21);
– pelvimetria clínica adequada;
– o feto não é muito grande;
– sem cesariana prévia para desproporção cefalopélvica;
– cabeça flexionada.
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Examinar a mulher regularmente e registrar o progresso em uma partografia.
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Se as membranas romperem, examinar a mulher imediatamente para excluir o prolapso do cordão.
Nota: Não romper as membranas.
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Se o cordão prolapsar e o parto não for iminente, parto por cesariana.
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Se houver anormalidades no ritmo cardíaco fetal (menos de 100 ou mais de 180 batimentos por minuto) ou parto prolongado, parto por cesariana.
Nota: O meconium é comum com o parto cesariana e não é um sinal de sofrimento fetal se a frequência cardíaca fetal for normal.
A mulher não deve fazer força até que o colo do útero esteja completamente dilatado. A dilatação total deve ser confirmada através de exame vaginal.
SECÇÃO CAESARIANA PARA APRESENTAÇÃO DA VAGEM
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Uma cesariana é mais segura que um parto vaginal e recomendada em casos de:
– bexiga com duplo pé;
– pélvis pequena ou malformada;
– feto muito grande;
– cesariana prévia para desproporção cefalopélvica;
– cabeça hiperextendida ou deflexionada.
Nota: A cesariana eletiva não melhora o resultado no parto pré-termo da cefaléia.
COMPLICAÇÕES
Complicações fetais na apresentação da cefaléia incluem:
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prolapso da corda;
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trauma de parto como resultado de braço ou cabeça estendidos, dilatação incompleta do colo uterino ou desproporção cefalopélvica;
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asfixia por prolapso da corda, compressão da corda, descolamento da placenta ou cabeça presa;
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danos nos órgãos abdominais;
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pescoço quebrado.
TRANSVERSE LIE AND SHOULDER APRESENTATION
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Se a mulher está em trabalho de parto precoce e as membranas estão intactas, tente uma versão externa:
– Se a versão externa for bem sucedida, proceder com o parto normal;
– Se a versão externa falhar ou não for aconselhável, entregar por cesariana (página P-43).
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Monitor para sinais de prolapso do cordão. Se o prolapso do cordão e o parto não for iminente, parto por cesariana.
Nota: O útero roto pode ocorrer se a mulher for deixada sem vigilância.
Na prática moderna, o parto transversal persistente é feito por cesariana, quer o feto esteja vivo ou morto.