Bottom line
Existe evidência de qualidade moderada de que a gabapentina oral em doses de 1200 mg diários ou mais tem um efeito importante na dor em algumas pessoas com dor neuropática moderada ou grave após a herpes zóster ou devido a diabetes.
Contexto
Dores neuropáticos vêm de nervos danificados. É diferente das mensagens de dor que são transportadas ao longo dos nervos saudáveis de tecidos danificados (por exemplo, de uma queda ou corte, ou do joelho artrítico). A dor neuropática é frequentemente tratada por medicamentos (drogas) diferentes dos usados para a dor dos tecidos danificados, que muitas vezes pensamos como analgésicos. Os medicamentos que às vezes são usados para tratar a depressão ou epilepsia podem ser eficazes em algumas pessoas com dor neuropática. Um deles é a gabapentina. Nossa definição de um bom resultado foi alguém com um alto nível de alívio da dor e capaz de continuar tomando o medicamento sem efeitos colaterais fazendo-os parar.
Características do estudo
Em janeiro de 2017 procuramos por ensaios clínicos nos quais a gabapentina foi usada para tratar a dor neuropática em adultos. Encontramos 37 estudos que satisfizeram os critérios de inclusão, randomizando 5914 participantes para tratamento com gabapentina, placebo, ou outros medicamentos. Os estudos duraram de 4 a 12 semanas. A maioria dos estudos relatou resultados benéficos que as pessoas com dor neuropática acham que são importantes. Os resultados foram principalmente em dor após herpes zóster e dor resultante de lesão nervosa em diabetes.
Resultados-chave
Na dor após herpes zóster, 3 em 10 pessoas tiveram dor reduzida pela metade ou mais com gabapentina e 2 em 10 com placebo. A dor foi reduzida em um terço ou mais para 5 em 10 com gabapentina e 3 em 10 com placebo. Na dor causada por diabetes, 4 em cada 10 pessoas tiveram a dor reduzida pela metade ou mais com gabapentina e 2 em cada 10 com placebo. A dor foi reduzida em um terço ou mais por 5 em 10 com gabapentina e 4 em 10 com placebo. Não havia evidência confiável para qualquer outro tipo de dor neuropática.
Efeitos colaterais foram mais comuns com gabapentina (6 em 10) do que com placebo (5 em 10). Tonturas, sonolência, retenção de água e problemas de andar ocorreram em cerca de 1 em cada 10 pessoas que tomaram gabapentina. Efeitos colaterais sérios eram incomuns, e não diferentes entre gabapentina e placebo. Pouco mais pessoas que tomaram gabapentina pararam de tomá-la por causa dos efeitos colaterais.
Gabapentina é útil para algumas pessoas com dor neuropática crônica. Não é possível saber de antemão quem vai se beneficiar e quem não vai. O conhecimento actual sugere que um ensaio curto é a melhor forma de dizer.
Qualidade da evidência
A evidência era na sua maioria de qualidade moderada. Isto significa que a pesquisa fornece uma boa indicação do efeito provável. A probabilidade de o efeito ser substancialmente diferente é moderada.